Deparo-me com uma pequena flor, em
meio ao cimento da calçada, que separa o muro de minha casa com a rua.
Ela está tão sozinha como me sinto
nos últimos tempos.
Uma flor que mostra sua beleza, independente
da simplicidade do local.
O que essa flor gostaria de dizer aos
transeuntes que por ali passam?
Fiquei horas refletindo sobre sua
beleza e simplicidade, mas permanecia ali firme, intacta em um local onde
ninguém se atreveria a permanecer por algumas horas, quem diria uma vida?
Como resistir durante um sol
escaldante, chuvas torrenciais, que não avisam o momento de sua chegada?
Fiquei horas contemplando essa flor,
queria descobrir a mensagem que estava querendo enviar aos contemplantes de sua
beleza.
Escolheste a calçada de minha casa,
onde tudo é humilde, desde o muro sem reboco, uma calçada muito mal acabada.
Ela estava ali firme e bela.
Sentia como uma deusa dessa rua. Sua
beleza era contagiante que passei horas a contemplar, esquecendo nesse momento
minha situação de miséria.
Era isso que ela queria me passar, a
beleza não está no luxo, mas na simplicidade das coisas.
Tudo se torna belo, quando a alma se
eleva na beleza de uma flor!
Inêz
Lourenço
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