Contradição
O brilho do sol refletia,
Na donzela contagiante,
Transformando-se em magia,
Seu olhar de debutante!
Das gazelas a mais bela,
Conquistou seu coração,
Transformando-o em escravo,
Na mais tenra paixão!
Assim os dias passaram,
Sua esposa a tornou,
Unindo-se de corpo alma,
Na doçura do amor!
Mas a verdade chegou,
Com a mais triste amargura,
Da Lady dama do dia,
A mariposa ao luar!
A duplicidade da vida,
Seu coração amargou,
Seguindo a dama da noite,
Dos vícios se apoderou!
Aquela que era calma,
Na cama não lhe interessava,
Queria o furacão da noite,
Que ao êxtase o transportava!
As duas mulheres a mesma,
Não poderiam se encontrar,
Uma era a luz do dia,
A outra a luz do luar!
Na paixão cega e infame,
O ciúme apoderou-se,
Essa dama me pertence,
Se afaste do meu amor!
Entre tapas e empurrões,
Uma faca apareceu,
Ferindo a dama da noite,
Que na sarjeta adormeceu!
Na lápida fria os dizeres:
“Descansa bela
donzela,
Considerei a mais bela!”
A mariposa da noite, só restou à terra fria,
Seu nome no esquecimento? Não! Permaneceu na poesia!
Inêz lourenço