Trabalhador brasileiro
Poema em homenagem ao trabalhador
Cândido, homem forte, semblante cansado,
Não pelo trabalho árduo do dia a dia,
Mas pelas marcas que a vida lhe deixou;
Com a perda dos pais ainda menino,
Explorado pelo tio no trabalho da carvoaria.
Todos os dias olhava para o céu e dizia:
—Deus, onde estais que não me ouve?
Até quando vou aguentar esse trabalho?
E assim os dias transcorriam...
O tempo passou... Seu tio faleceu;
Sem herdeiros, para o único sobrinho, a carvoaria deixou.
Não sabia administrar, continuou a trabalhar,
Até que resolveu, a carvoaria trocar,
Por uma casa na cidade, onde pudesse morar.
Sem experiências na vida, logo sem casa ficou.
Dormindo na rua, se alimentando de lixo,
Saudades do tio apertou...
Meu trabalho era difícil, mas
nunca me faltara casa e nem comida!
Meu Deus, me perdoa pela
insanidade da reclamação!
Agora percebo, o quanto me deu
proteção!
Foi aprender no dia a dia, ser
operário de construção!
Já com a vida remediada, casa
comida fartada;
Um amor ele encontrou.
Laura, moça bonita e prendada,
Um lar feliz ele formou,
Hoje conta sua história aos
filhos, que trabalho é digno, não importa o que faças,
Desde que seja de coração, do
simples faxineiro, ao doutor na profissão!
Inêz Lourenço
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